Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Serviços online permitem análise de similaridade de textos e fortalecem integridade acadêmica

Por Aline Naoe - Editorias: Universidade

Todo ano, a USP concede mais de 5 mil títulos de mestrado e doutorado – um dos números que tornam sua pós-graduação a maior do mundo. A preocupação com a integridade dessa produção acadêmica, que inclui não apenas teses e dissertações, mas também artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, é o que motivou a aquisição de ferramentas para identificar e combater o plágio na Universidade.

A principal delas é a OriginalityCheck (Turnitin). O programa gera um relatório que aponta o percentual de similaridade de determinado texto em relação a uma extensa base de dados, formada por mais de 143 milhões de artigos acadêmicos, 55 bilhões de sites armazenados e 300 milhões de trabalhos de alunos. “Mas quem identifica o plágio é o professor. O software é uma ferramenta de apoio, que torna esse processo mais ágil e valoriza o tempo do docente”, ressalta André Serradas, do Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) da USP.

Foi o SIBi, em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, quem deu andamento à iniciativa, que começou a ser planejada em meados de 2016. O serviço já está disponível a todos os professores credenciados na pós-graduação da USP, que também podem acessar o tutorial sobre seu uso. “Além disso, também vamos organizar algumas oficinas nos campi da Universidade para divulgar o sistema e esclarecer dúvidas”, afirma o pró-reitor de Pós-graduação, Carlos Gilberto Carlotti Jr.

No ano passado, após identificação de plágio, a Universidade precisou cancelar dois títulos de mestrado que já haviam sido outorgados, relata o professor Carlotti Jr. Mais ou menos na mesma época, o então presidente da Comissão de Pós-Graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), professor Severino Matias de Alencar, entrou em contato para manifestar a preocupação com o assunto. 

“Às vezes o plágio acontece sem haver má-fé e a ferramenta será muito útil para evitar que isso aconteça. Assim se protege a instituição e o pesquisador”, afirma Alencar. Na Esalq, ele conta que será proposta uma alteração no regimento da comissão para tornar obrigatória a assinatura de um termo de ciência, em que o orientador assegura que passou a dissertação ou tese pelo software antes de seu depósito – medida que já começou a ser adotada nos programas da unidade.

O pró-reitor de Pós-graduação da USP lembra que os professores podem submeter para análise quantos trabalhos desejarem e quantas vezes for necessário. Dessa forma, é possível avaliar o andamento das produções acadêmicas, dar um retorno aos alunos e orientá-los sobre a maneira correta de utilizar e referenciar trabalhos de outros autores, e até mesmo de autoria própria. As licenças adquiridas pela Universidade têm duração de um ano, período em que será avaliado se o software está sendo utilizado e os resultados da iniciativa na Universidade.

O OriginalityCheck faz parte de um “pacote” adquirido pela USP, que inclui também outras duas ferramentas: GradeMark e SimilarityCheck. A primeira é uma plataforma online de ensino que permite aos professores organizar disciplinas e cursos voltados à formação dos alunos e prevenção do plágio ainda durante a iniciação científica. A outra é um sistema semelhante ao OriginalityCheck, mas voltado aos editores de revistas científicas – ele será disponibilizado em breve pelo SIBi e a Comissão de Credenciamento do Programa de Apoio às Publicações Científicas Periódicas da USP aos editores de revistas da USP.

Dúvidas, comentários e sugestões sobre a iniciativa podem ser enviadas ao SIBi pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Fonte: Reprodução Jornal da USP - Edição 21/03/2017